O mundo é um ovo (de codorna)

7 junho, 2009

Estava de férias, por isso o abandono. Mas no final da minha boa vida aconteceu uma que eu queria contar…

No aeroporto de Lisboa, pego o ônibus que leva os passageiros ao avião. O avião que, no caso, me traria de volta ao Brasil. Dentro do veículo o papo era sobre os pastéis de Belém. Afinal, a maioria carregava pastéizinhos para levar pra casa. 
Uma senhora perguntou se tinha perigo de estragar. Eu respondi que esperava que não, porque depois de chegar em São Paulo ainda teria que ir pra Florianópolis, só às 22h10! 
A mulher sorriu e disse que morou em Floripa até começo desse ano, quando foi morar em São Paulo com o filho caçula, porque ele  passou pra Medicina na USP e era muito novo pra ficar sozinho em Sampa. 
Liguei a feição da mulher, com o que ela me disse do filho, e perguntei o nome dele. Gente, ela era mãe de um garoto que entrevistei no começo desse ano. Haniel o nome dele e que com 16 anos passou pra Medicina na UFSC e na USP, sendo que aos 15 ele já tinha passado pra Medicina no vestibular por experiência da federal de SC. 
Agora alguém me diz, de que tamanho é esse mundo mesmo?

No aeroporto de Lisboa, pego o ônibus que leva os passageiros ao avião. O avião que, no caso, me traria de volta ao Brasil. Dentro do veículo o papo era sobre os pastéis de Belém. Afinal, a maioria carregava pastéizinhos para levar pra casa. 

Uma senhora perguntou se tinha perigo de estragar. Eu respondi que esperava que não, porque depois de chegar em São Paulo ainda teria que ir pra Florianópolis, só às 22h10! 

A mulher sorriu e disse que morou em Floripa até começo desse ano, quando foi morar em São Paulo com o filho caçula, porque ele  passou pra Medicina na USP e era muito novo pra ficar sozinho em Sampa. 

Liguei a feição da mulher, com o que ela me disse do filho, e perguntei o nome dele. Gente, ela era mãe de um garoto que entrevistei no começo desse ano. Haniel o nome dele e que com 16 anos passou pra Medicina na UFSC e na USP, sendo que aos 15 ele já tinha passado pra Medicina no vestibular por experiência da federal de SC. 

Agora alguém me diz, de que tamanho é esse mundo mesmo?

Se meu Fusca voasse

27 abril, 2009
fusca

Humberto (cão), Fernandes e Flamel (janela) apostam no Fuscóptero para decolar / Foto: Susi Padilha

Saí do jornal pra fazer uma pauta sobre um fusquinha com uma hélice. Não tinha entendido muito bem como era o tal do Fusca e quando cheguei lá entendi menos ainda a história. Além do dono do veículo, estava uma dupla sertaneja. 

Até compreender o que uma dupla sertaneja, um fusca com uma hélice e um administrador tinham em comum levou um tempo. Cheguei lá perguntando que história era essa de um fusca com uma hélice e o Humberto, o dono do carro, foi logo me dando seis folhas A4 sobre como tudo começou. 

Folheei as páginas enquanto a fotógrafa fazia as fotos e entendi a história menos ainda. Durante isso, de fundo musical em ritmo sertanejo rolava isso: “É fusquinha quando vai, e Fuscóptero quando vem, leva paz pro oriente, o ocidente e um harém. Ele voa, ele corre, ele é cem e ele é mil, é fusquinha, é Fuscóptero, o xodozinho do Brasil”

Aos poucos as histórias foram se encaixando. Humberto é um cara de ideias mirabolantes, que tem a paixão por fuscas e a música como hobby. Fernandes & Flamel são dois irmãos. Vigilante e cobrador de ônibus, nessa ordem, e dupla sertaneja nas horas vagas. Humberto, que já conhecia Fernandes, quis divulgar a dupla e pensou num Fusquinha pra fazer isso. 

 Agora por que a hélice Humberto??

 – Aaaaah, porque na música  “Fusquinha Nota Cem” da dupla tem uma parte que fala do carro voando. E eu sempre imaginei pro clipe da música que o Fusquinha ia sobrevoar um campo de futebol, e pra isso ele tinha que ter uma hélice. Daí quando ele pousasse no campo, os jogadores iam se transformar em mulheres, as fusquetes. E a hélice ia levantar o vestido das fusquetes com o vento!

Imaginem a cena! 

Não entendeu direito ainda a história? Aí embaixo eu conto mais ou menos como tudo aconteceu: 

 “A ideia é ambiciosa. Depois do sucesso com o Fuscão Preto, o Calhambeque e a Brasília Amarela, é a vez do Brasil conhecer o Fuscóptero. Para um administrador e uma dupla sertaneja de Santa Catarina, o carro será o quarto ícone entres os veículos musicalmente famosos e o mais novo xodozinho do país.

A paixão pelo Fusca e a música como hobby fizeram com que o administrador Humberto Almeida apostasse na dupla Fernandes & Flamel. Humberto já conhecia Fernandes, que na verdade é o vigilante José Valdir Chaves, de um antigo emprego em Florianópolis.

Os dois voltaram a se encontrar quando, por meio de um amigo em comum, o administrador descobriu que Fernandes fazia parte de uma dupla sertaneja com o irmão.

 Entre tantas composições da dupla, uma em especial mexeu com Humberto. A canção Fusquinha Nota Cem fez o administrador lembrar seus tempos de Goiânia, onde os melhores momentos estavam acompanhados de um Fusca. Humberto revela que para lançar a dupla e a música quis comprar um fusquinha, que serviria como meio de divulgação. No entanto, não poderia ser qualquer fusquinha.

 – Nas minhas noites em claro, eu sonhava que o Fusca tinha que ter uma hélice, e eu já imaginava até uma cena no clipe com o Fusca voando.

Ninguém botou muita fé na ideia. Nem amigos, nem familiares e nem mesmo a dupla, que ficou desconfiada. Mas Humberto não desistiu, montou um protótipo de papelão do Fusca com a hélice e saiu à caça do carro.

Depois de três anos de procura, o administrador conta que encontrou um fusquinha do lado do estúdio de gravação. O carro já tinha algumas modificações.

 – Ele era um Fusca muito invocado, era todo tapetado e tinha uns reloginhos.

Humberto pagou R$ 3 mil pelo Fusca, e investiu mais de R$ 18 mil na reforma, que ainda não foram pagos. Para passar por todas as transformações, ganhar a hélice, poltronas vermelha e amarela e até um manche que fica em frente ao banco do passageiro, foram mais três anos.

 O Fusca modificado saiu andando no ano passado. Porém, ainda faltam alguns detalhes, como o capô e o porta-malas automáticos, um telão e o DVD. Apesar disso, para Humberto, o Fuscóptero saiu muito além do esperado e não tem preço que pague pelo veículo.

 – Ele não ficou 100%, ele ficou 1.000%!

 Diante do Fuscóptero, a música Fusquinha Nota Cem também precisou passar por umas mudanças.“Ele corre, ele voa. Ele é cem e ele é mil. É fusquinha e é Fuscóptero, xodozinho do Brasil”, diz um dos trechos da canção adaptada, escrita por Flamel. Os irmãos estão com clipe na internet, participando da atração Garagem do Faustão.

Ao que tudo indica, o Fuscóptero já decolou. A hélice tão sonhada por Humberto é sucesso por onde passa. Ele afirma que é só parar o Fuscóptero para câmeras e celulares serem sacados das bolsas. E, pelo menos entre as crianças, o carro já é um xodozinho.

 – Elas param e perguntam: ele voa ou não voa? – conta Flamel.

Agora, a dupla sertaneja espera que o Fuscóptero carregue-a junto com ele para voos mais altos.”

Ficou curioso pra ouvir a música? Clique aqui.

Cultura, a gente vê por aqui

20 abril, 2009

Algumas pautas são verdadeiros presentes. Dá gosto em fazer… A que eu fiz abaixo é uma dessas. Também acho importante divulgar iniciativas desse gênero: 

Em meados de março, o museu Casa do Homem do Mar foi inaugurado em Bombinhas, Litoral Norte de Santa Catarina. Fui lá conferir e fiquei boquiaberta com a riqueza do acervo. Entre as mais de mil peças expostas, tive uma aula de história. 

Me deparei com moedas quadradas, como a maior do mundo dos suecos. Ao lado dela estavam as menores do mundo utilizadas pelos indianos. E se o assunto é navegação, é impossível não falar de religião. E lá estava uma obra original do Padre Antônio Vieira. 

museu_livro

A navegação e a religião. Livro de Padre Antônio Vieira. Fotos: Susi Padilha

Fiquei sabendo que marinheiros eram jovens órfãos de 13 e 15 anos. Isso porque a expectativa de vida na Europa não passava dos 30. Para evitar que eles ficassem na proa do navio, chupa-cabras eram colocados nos mastros para assustá-los. Os monstrinhos nada mais eram que raias esculpidas. 

Aprendi ainda que o símbolo dos piratas era na verdade um coração e não uma caveira, o que pude conferir na empunhadura de uma espada, original, é claro. Achei graça de uma gaiola de matar pirata e da famosa garrafa de rum.

muse_pirata

Jules mostra uma gaiola de pirata original. Eles ficavam à deriva da maré

Ainda tomei conhecimento de que os árabes eram grandes navegadores, porque eles já navegavam pelas dunas, localizando-se apenas pelas estrelas. Por falar em localização, vi bússolas e astrolábios belíssimos.

museu_bussola

Era esse todo o equipamente utilizado para atravessar oceanos

O museu foi construído dentro das normas do conselho internacional de museus da Unesco. Isso quer dizer que as peças estão expostas locais que têm medidas de largura, profundidade e altura já determinadas.

A exposição também precisa seguir uma ordem cronológica e cada sessão tem uma cor. Ainda é necessário ter uma área mais ampla e clara para aliviar um pouco a quantidade informação que já foi passada.

 Há também uma seção de exposição itinerante. No entanto, o museu não acaba por aí. Uma biblioteca sobre o tema reúne mais de dois mil volumes que podem ser consultados pelos visitantes.

museu_nos

O maior quadro de nós já exposto no mundo. Feito por um artesão catarinense

É uma pena que nem todos que forem conferir o acervo serão acompanhados por um dos idealizadores do museu, o geógrafo Jules Soto, que sabe contextualizar cada peça. Praticamente uma enciclopédia ambulante. É ele quem viaja pelo mundo atrás das raridades, arrematadas em leilões.

O museu Casa do Homem do Mar foi fundado pelo Instituto Soto Delatorre, que pertence a essas duas famílias. A iniciativa teve apoio da Marinha e da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que ajudará na manutenção do acervo. Jules estima que foram investidos no projeto mais de R$ 5 milhões.

Já o Instituto foi criado, de acordo com Jules, para disseminar cultura. Ele revela que eles pensam em fundar outro museu, sobre a participação do Brasil na II Guerra Mundial. Peças não faltam.

Serviço:
Horário: O museu funciona de terça a domingo das 14h às 20h
– As visitas são acompanhadas de guias treinados
Quanto: A entrada custa R$ 8 para adulto. Estudantes pagam meia.
– Escolas interessadas pagam preço especial
Contato: (47) 3363-0801
Endereço: Avenida Falcão, nº 2.200 – Praia de Bombas – Bombinhas 

PS: Das coincidências que tornam a pauta ainda mais interessante. Alguém se lembra daquele peixe esquisito encontrado em Palhoça? Então, o primeiro que avistou o regaleco no litoral catarinense foi o próprio Jules Soto. Na época disseram que ele estava delirando! Comentei isso no blog.  

Ein Prosit! (Tamo junto e misturado)

16 março, 2009

No dia 1º de março fui cobrir os 180 anos de colonização alemã em Santa Catarina. A comemoração foi numa festa em São Pedro de Alcântara, a primeira colônia alemã do Estado. Esses eventos trazem alguns problemas para nós, repórteres:

1º as pessoas exalam chope por todos os poros

2º com o chope, os sobrenomes cheios de consoantes ficam ainda mais difíceis de serem compreendidos. “O senhor pode soletrar, por favor?” Acho que foi a pergunta que mais fiz

3º Havia um entrevistado tão bêbado, mas tão bêbado que quando fui falar com ele, pensei que ele tava falando alemão. Não entendi lhufas a não ser que ele é brasileiro e a mãe, sim, é alemã.

Ah, um detalhe, que pra mim foi o melhor. Embalando a festa, aquele tradicional e inconfundível ritmo de bandinha alemã tocava Chalana(!)! Interessante essa mistura de culturas.

Foto: Susi Padilha

Foto: Susi Padilha

Trauma

12 março, 2009

Fazendo matéria sobre a situação das igrejas históricas da Grande Florianópolis, parei em frente à Igreja São Francisco de Paula, em Canajurê. Como ela estava fechada e não havia ninguém na paróquia, perguntei a uma senhora que passava ali se a Igreja estava em bom estado de conservação.

_ Ah tá sim… tá bem cuidadinha. Você tão investigando a situação das igrejas é??

_ Sim _ respondi.

_ Aaah, fazem muito bem. É bom mesmo, não quero nenhum teto caindo na minha cabeça!

Leitores sem SAC II (A marteladas)

4 março, 2009

Não digo, o jornal sempre serve como uma luz no fim do túnel para leitores que compraram aparelhos com defeitos. Logo após que publiquei a história da NET e da máquina de lavar roupa uma leitora mandou um e-mail desesperado. 

Ela anunciou que vai quebrar a geladeira na frente da loja em que o refrigerador foi comprado. Ela relata que tá cansada do empurra-empurra entre loja, revendedora e fabricante. 

Segue parte do desabafo dela:

“Estou realmente muito indignada e me sentindo roubada ,porque minhas prestações estão em dia , estou pagando um produto com defeito e não vejo nenhuma solução, já entrei em contato com o Procon e também , não houve nenhuma resposta. Então mediante a este descaso, estou comunicando aos meios de comunicação que esta semana levarei a geladeira a na frente da loja autorizada que fica na loja A. e quebrarei a marteladas a mesma. Mostrando assim minha indignação e a falta de respeito ao consumidor”

Sem reação

3 março, 2009

Na hora de fazer uma entrevista, é preciso ter muito cuidado com a pergunta. O repórter fazia uma matéria sobre um assalto e quis fazer um box de “como reagir a um assalto?”. 

A fonte sem pestanejar respondeu:

– Primeiro item: NÃO REAJA!

Leitores sem SAC

1 março, 2009

Um leitor dia desses escreveu muito indignado para o jornal. Ele reclamava dos serviços da NET. É que seu amigo (sabe aquela história de que eu tenho um amigo?) que é vascaíno roxo não pôde ver o importante e decisivo jogo Vasco x Madureira, da Taça Guanabara.

Realmente um problemão. Sou da opinião de que os jornais deveriam ter um SALC (Serviço de Atendimento ao Leitor Consumidor), porque é cada coisa que aparece!

Como outro dia um leitor ligou atrás de um repórter arrojado. Ele acreditava que só um desses faria uma matéria sobre a máquina de lavar roupa estragada que ele comprou, e que a loja e a fábrica recusavam-se a trocar. Defintivamente, eu não sou arrojada!

Criatividade

10 fevereiro, 2009

Um homem ligou pra redação pra informar que uma empresa que abastece caixas eletrônicos está em greve. A repórter pediu pra ele soletrar o nome da companhia. Lá foi ele:

C – H – I – P – aquela vírgula voadora – S*

Quanta criatividade pra indicar o apóstrofo (‘)!

*nome fictício

Pausa

2 fevereiro, 2009

Intervalo no meus posts, pra aceitar outro meme. Tattiana me passou e não quis quebrar:

Seis coisas sobre mim:

1. Eu sou destra mas só sei usar o mouse com a mão esquerda.
2. Sempre que acabava um trabalho em cartolina ou de maquete corria pra frente do espelho pra tentar imaginar se estava bonito aos olhos dos outros.
3. Quando entrei pra autoescola eu não sabia nem o que era cada pedal. Uma vez fiz uma curva, o pneu bateu no meio fio e a calota saiu voando! O pior foi um guri que veio carregando a calota morro acima anunciando pra toda rua que eu tinha derrubado (vergoooonha)
4. Eu era uma pequena revolucionária. Uma vez quando criança cheguei na sala sem camisetinha e só de short. Minha mãe perguntou o que era aquilo. Respondi que se meu pai ficava sem camisa eu também podia ficar.
5. Eu sempre fui boa em matemática. Mas no terceirão inventava dúvidas só pra ir nas aulas de assistência de um professor que eu achava lindo!
6. Sou vaso ruim. Nunca peguei catapora e nenhuma outra doença de criança como sarampo, rubéola ou caxumba.

Passo para (eram pra ser seis, mas não tenho mais pra quem passar, porque quase todo mundo já fez o meme):

Clarissa (http://ateliedeideias.wordpress.com/)
Fernanda (http://www.diariodaphe.blogger.com.br/)
Daia (http://daia1012.blogspot.com/)